Previdência privada: qual é a melhor idade para começar?
Ter um emprego com carteira assinada e a contribuição para o INSS garantida não é mais a realidade de muitos profissionais.
Com o aumento do trabalho por conta própria, muita gente passou a atuar como MEI, abrir CNPJ no Simples Nacional ou prestar serviços como autônomo informal, sem vínculo empregatício. E aqui entra um ponto essencial: nem todo modelo de trabalho garante automaticamente a contribuição ao INSS. Isso impacta diretamente no acesso à aposentadoria pública.
Veja alguns exemplos:
- O MEI paga uma contribuição reduzida, de 5% sobre o salário mínimo. Isso dá direito à aposentadoria por idade, mas não por tempo de contribuição. Para ter acesso a essa segunda modalidade, é necessário complementar o pagamento mensal com uma guia adicional de 15% sobre o salário mínimo.
- Quem atua com outros tipos de CNPJ, como no Lucro Presumido ou Lucro Real, deve contribuir com 20% sobre a folha salarial da empresa. Os sócios, por sua vez, devem pagar 11% sobre o pró-labore. Porém, se o sócio não retira pró-labore e recebe apenas distribuição de lucros, não há contribuição obrigatória ao INSS. E isso significa que ele não está acumulando tempo para aposentadoria.
- No caso de prestadores de serviço autônomos, que trabalham sem CNPJ e sem carteira assinada, também é necessário emitir a guia de contribuição individual (carnê do INSS) por conta própria. Se não fizer isso, não terá acesso à aposentadoria nem aos demais benefícios da previdência social.
Ou seja, muita gente acredita que está coberta, mas na prática não está contribuindo com o INSS e pode acabar chegando na maturidade sem uma renda garantida.
É nesse cenário que a previdência privada se torna uma opção valiosa para quem deseja se preparar melhor para o futuro.
Como a previdência privada ajuda na aposentadoria
A previdência privada complementar funciona como uma reserva de longo prazo. Você escolhe quanto vai investir por mês e por quanto tempo. Esse valor é aplicado e vai rendendo ao longo dos anos. No fim, o montante acumulado pode ser sacado de uma vez só ou transformado em uma renda mensal complementar.
Ela é uma aliada de quem quer manter ou melhorar o padrão de vida na aposentadoria. Serve tanto como complemento ao INSS quanto como alternativa principal de renda para quem contribui pouco ou de forma irregular.
Qual é a melhor idade para começar
A resposta direta é: quanto antes, melhor. Começar a investir em previdência privada aos 25 ou 30 anos permite aplicar valores menores e aproveitar melhor os efeitos dos juros compostos. O tempo é o maior aliado de quem deseja formar um patrimônio financeiro com tranquilidade.
Mas mesmo para quem já passou dos 40 ou dos 50, ainda vale a pena começar. O mais importante é ajustar o valor das contribuições ao seu orçamento atual e manter regularidade. Planejamento financeiro e constância fazem toda a diferença.
Vale a pena começar depois dos 40 anos
Sim, vale muito. O segredo está em montar um plano de contribuição progressivo. Isso significa começar com um valor que você consegue manter com tranquilidade e aumentar aos poucos, conforme sua renda crescer ou os filhos ficarem independentes, por exemplo.
Veja um exemplo simples de plano escalonado:
- Ano 1: R$ 200 por mês
- Ano 2: R$ 250 por mês
- Ano 3: R$ 300 por mês
- E assim por diante, de forma gradual
Essa estratégia ajuda a criar o hábito de investir e a fortalecer sua reserva para aposentadoria, mesmo começando mais tarde.
Qual tipo de plano escolher: PGBL ou VGBL
Antes de contratar uma previdência privada, é essencial entender a diferença entre os dois principais planos:
- PGBL: ideal para quem faz a declaração completa do Imposto de Renda. Permite deduzir até 12% da renda bruta anual.
- VGBL: indicado para quem faz a declaração simplificada. Não permite dedução, mas o imposto incide apenas sobre os rendimentos.
Compare taxas, prazos, carências e histórico de rentabilidade do fundo antes de decidir. E, se possível, converse com um especialista em investimentos para aposentadoria.
Conclusão
A previdência privada é uma ferramenta poderosa para quem quer garantir um futuro financeiro tranquilo. E não existe idade errada para começar. O que existe é o momento certo, e esse momento pode ser agora.
Seja para complementar a aposentadoria do INSS, manter seu padrão de vida ou conquistar mais liberdade lá na frente, vale a pena incluir a previdência complementar no seu planejamento de longo prazo.